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A revista americana "The Hollywood Reporter" publicou na segunda-feira (25) um artigo revelador, no qual denuncia que a American Humane Association (AHA), instituição de proteção aos animais, encobriu diversos casos de maus tratos em gravações de filmes e séries de TV.

 

Segundo a revista, algumas das maiores produções de Hollywood tiveram mortes ou abusos contra animais no set, mas ainda assim receberam o selo da AHA, que diz: "nenhum animal foi machucado nas gravações deste filme".

 

Entre os incidentes levantados pela revista, estão dezenas de animais marítimos que apareceram mortos na praia, dia após dia, durante as gravações de "Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra" (2003). Isso aconteceu porque os membros da equipe de gravação não tomaram precauções para proteger a vida desses animais ao prepararem efeitos especiais de explosões no mar.

 

Em "As Aventuras de Pi" (2012), embora a maior parte das cenas com um tigre tenham sido feitas por computador, algumas precisaram de um animal de verdade. Conhecido como King, o felino quase se afogou durante uma das filmagens, tendo que ser laçado para ser resgatado. A "Hollywood Reporter" obteve um e-mail da representante da AHA no set dizendo que o fato não deveria "ser relatado a ninguém, especialmente ao escritório".

 

Já na produção de "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada", também do ano passado, mais de 20 animais, entre cabras e ovelhas, morreram desidratados, exaustos ou afogados. Ainda assim, a AHA garantiu que "monitorou todas as filmagens com animais" e que nenhum deles havia sido machucado.

 

Outros abusos incluem a morte por esmagamento de um esquilo em "Armações do Amor" (2006), um husky siberiano que foi agredido diversas vezes em "Resgate Abaixo de Zero" (2006) e quatro cavalos que morreram durante as gravações da série "Luck", com Dustin Hoffman.

 

Os agentes da AHA têm autonomia para até mesmo prender membros das equipes de filmagem por agressões contra os animais. No entanto, em nenhum desses casos a associação se pronunciou ou tomou medidas.

 

"É fascinante e irônico: de protetores dos animais, eles se tornaram cúmplices da crueldade contra eles", disse um ex-agente de proteção dos animais de Los Angeles, ouvido pela revista. "Isso é pior do que fazer nada. É como um policial não apenas ignorar um crime, mas ajudar a encobri-lo."

 

Fonte: FolhaDeSP

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